História da Igreja Batista

Apesar de alguns historiadores discordarem sobre a origem da igreja batista, como sendo derivada dos Anabatistas, esta é a origem mais defendida pela maioria dos pastores batistas no Brasil. Particularmente também acho que muitos fazem confusão na associação pela semelhança do nome, mas assim mesmo o texto abaixo segue a opinião da maioria e independentemente das divergências, é um texto que esclarece muito sobre a história dos batistas.



Batista é um termo descrevendo indivíduos pertencendo a uma igreja batista ou uma denominação batista. O nome é derivado de uma condenação que seguidores de jesus cristo são mandados a serem batizados (por imergir em água) como uma exposição pública de sua , e assim aderentes da fé de batista rejeitam batismo infantil. Enquanto o termo "batista" tem suas origens com os Anabatistas, e às vezes foi visto como pejorativo, a denominação se historicamente é ligado ao Dissidente inglês ou Separatista ou movimentos de Anticonformismo do século XVI. A religião batista surgiu na Inglaterra, num tempo de reforma religiosa intensa.


Os batistas tipicamente são considerados protestantes. Alguns batistas rejeitam essa associação. A maioria das igrejas batistas escolhem associar-se com grupos que fornecem apoio sem controle. A maior associação batista é a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, mas, há muitas outras associações de batistas no mundo. No Brasil, as maiores são a Convenção Batista Brasileira e a Convenção Batista Nacional.
As Igrejas Batistas formam uma família denominacional protestante de origem
inglesa. Está presente em quase todos os países do globo. No ano de 2007 existiam 37 milhões de membros e 170 mil igrejas espalhados pelo mundo, sendo que 21 milhões apenas nos Estados Unidos e Canadá, e cerca de 2 milhões no Brasil.


O batista vem da
palavra grega (baptistés, "batista," também descrevia John o batista), que é relacionado ao verbo (baptízo, "batizar, lavar, mergulho, imerge"), e o baptista latino, e está em conexão direta a "o batizado," John o batista. Como um prenome que foi usado na Europa também como Baptiste, Jan-Baptiste, Jean-Baptiste, John-batista. E na Holanda, frequentemente em combinações como Jan batista ou Johannes batista. Foi usado como um sobrenome. Outras variações também comumente usadas são Baptiste, Baptista, Battiste, Battista. Anabaptists na Inglaterra foram chamados batistas em 1569.

A história academicamente aceita sobre a origem das Igrejas Batistas é a sua incepção como um grupo de
dissidentes ingleses no século XVII. A primeira igreja batista nasceu quando um grupo de refugiados ingleses que foram para a Holanda em busca da liberdade religiosa em 1608, liderados por John Smyth, um clérigo e Thomas Helwys, um advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609 uma igreja de doutrinas batistas. John Smyth discordava da política e de alguns pontos da doutrina da Igreja Anglicana da qual ele era pastor após uma aproximação com os menonitas e, examinando a Bíblia, creu na necessidade de batizar-se com consciência e em seguida batizou os demais fundadores da igreja, constituindo-se assim a primeira igreja batista organizada. Até então, o batismo não era por imersão, só os batistas particulares por volta de 1642 adotaram oficialmente essa prática tornando-se comum depois a todos os batistas. A primeira confissão dos particulares, a Confissão de Londres de 1644, também foi a primeira a defender o imersionismo no batismo.
Depois da morte de John Smyth e da decisão de Thomas Helwys e seus seguidores de regressarem para a Inglaterra, a igreja organizada na Holanda desfez-se e parte dos seus membros uniram-se aos
menonitas. Thomas Helwys organizou a Igreja Batista em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612. A perseguição aos batistas e a outros dissidentes ingleses, fez com que muitos emigrassem. O mais famoso foi John Bunyan, que escreveu sua obra-prima O Peregrino enquanto estava preso. Nos Estados Unidos, a primeira igreja batista nasceu através de Roger Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele fundou com o nome de Rhode Island, e John Clark que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rhode Island em 1648. Em terras americanas os batistas cresceram principalmente no sul, onde hoje sua principal denominação, a Convenção Batista do Sul, conta com quase 15 milhões de membros, sendo a maior igreja evangélica dos Estados Unidos.

Existem ainda outras teorias sobre a origem dos batistas, mas que são rejeitadas pela historiografia oficial. São elas a teoria de Sucessão Apostólica, ou JJJ (João - Jordão - Jerusalém) e a teoria anabaptista. Ambas são rejeitadas pelos historiadores batistas Henry C. Vedder e Robert G. Torbet. A teoria de sucessão apostólica postula que os batistas atuais descendem de João Batista e que a igreja continuou através de uma sucessão de igrejas (ou grupos) que batizavam apenas adultos, como os montanistas, novacianos, donatistas, paulícianos, bogomilos, albigenses e cátaros, valdenses e anabatistas. Os batistas landmarkistas utilizam este ponto de vista para se auto-proclamar única igreja verdadeira.
Essa teoria apresenta alguns problemas, como o fato que grupos como
bogomilos e cátaros seguiam doutrinas gnósticas e o gnosticismo é contrário às doutrinas batistas de hoje. Também, alguns desses grupos que sobrevivem até o presente, igrejas como a dos valdenses (que desde a Reforma é uma denominação Calvinista) ou dos paulicianos, não se identificam com os batistas. A teoria anabatista é aquela que afirma que os batistas descendem dos anabatistas, que pregaram sua mensagem no período da Reforma Protestante.


O evento mais citado para apoiar essa teoria foi o contato que John Smyth e Thomas Helwys com os menonitas na Holanda. Todavia, além de em 1624 as cinco igrejas batistas existentes em Londres terem publicado um anátema contra as doutrinas anabatistas, também os anabatistas modernos rejeitam ser denominados batistas e há pouca relação entre os dois grupos.
Ambos grupos possuem algumas similaridades:
Crença no Batismo adulto e voluntário;
Visão do Batismo e da Santa Ceia como ordenanças;
Separação da Igreja e Estado.
Existem algumas diferenças entre os batistas e os anabatistas modernos (por exemplo os menonitas):
Os anabatistas normalmente praticam o Batismo adulto por aspersão e não por imersão como os batistas;
Os anabatistas são
pacifistas extremos e recusam a jurar;
Os anabatistas crêem em uma doutrina semi-nestoriana sobre a Natureza de Cristo, que não recebeu nenhuma parte humana de Maria;
Os anabatistas enfatizam a
vida comunal enquanto os batistas a liberdade individual;
Os anabatistas recusam a participar do
Estado, enquanto os batistas podem ser funcionários públicos, prestar serviço militar, possuir cargos políticos;
Os anabatistas crêem em um estado de sono da
alma entre a morte e a ressurreição.

Expansão mundial

Igreja Batista de Hong Kong.
Em 1791, um jovem
pastor inglês chamado William Carey criou a Sociedade de Missões no Estrangeiro, para dar suporte no envio de missionários, sendo a Índia o primeiro campo missionário.
As
Igrejas Congregacionais Americanas enviaram Adoniram e Ana Judson em 1812, para evangelizar a Índia, com destino a Calcutá. O casal encontrou-se com o missionário batista William Carey e seu grupo de pastores, e aceitou a doutrina de imersão dos batistas e foram batizados pelo Pastor William Ward. Outro missionário congregacional, também enviado a Índia, Luther Rice tornou-se batista. Os Judsons permaneceram na Birmânia, atual Myanmar, e Luther Rice voltou aos Estados Unidos para mobilizar os batistas para a obra missionária.
Consequentemente em maio de
1814, foi fundada uma Convenção em Filadélfia com o nome de "Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados Unidos para Missões no Estrangeiro". Desde então missionários batistas foram enviados à América Latina, África, Ásia e Europa.

Batistas no Brasil

Os imigrantes dos Estados Unidos fundaram a primeira igreja batista do Brasil. Na foto a Capela do Campo, no Cemitério do Campo em Santa Bárbara d'Oeste.
Por força da
Guerra Civil Americana ocorrida nos Estados Unidos em 1865, os os cidadãos dos Estados Unidos começam a buscar outras terras onde pudessem tentar a vida. O Brasil é um dos países escolhidos, e, em 1867, grupos de americanos que somaram mais de 50.000 pessoas desembarcam nos portos brasileiros. Avançando para o continente escolhem a cidade de Santa Bárbara d'Oeste, para adquirirem terras e fixarem residências, atuando na formação de forte agricultura. Entre os emigrados muitos eram evangélicos e entre esses, muitos eram Batistas. Já em 1870 os evangélicos fizeram publicar um "Manifesto para Evangelização do Brasil." Tal manifesto, publicado na imprensa contou com assinaturas de Presbiterianos, Metodistas, Congregacionais e, por um Batista, o jovem Pastor Richard Raticliff, um dos emigrados, cuja família havia sido ganha para Jesus, por ação de Thomas Jefferson Bowne, então nos Estados Unidos. Em 1871, os Batistas emigrados dos Estados Unidos organizam a Primeira Igreja Batista do Brasil em Santa Bárbara d'Oeste. Anos mais tarde, em 1879, outro grupo de emigrados americanos fazem surgir a segunda Igreja Batista em solo brasileiro em Santa Bárbara d'Oeste, no Bairro da Estação, onde atualmente se localiza a cidade de Americana.
Enquanto isto, no
Recife, um Presbiteriano, Pastor Smith, ganhava para Jesus um Sacerdote Romano, Antonio Teixeira de Albuquerque. Após a conversão, Teixeira de Albuquerque tentou refugiar-se em Maceió, sua terra natal, mas, diante da perseguição romana, por providência divina, acode-se em Capivari, no Estado de São Paulo. Vindo a conhecer os Batistas em Santa Bárbara d'Oeste, aceita o Batismo, é ordenado como Pastor Batista e ajuda a comandar a evangelização que se iniciava entre brasileiros, franceses, ingleses e americanos. Os Batistas de então, em Santa Bárbara d'Oeste, se unem para solicitar a Junta de Richmond, dos Estados Unidos, o envio de missionários ao Brasil. Em razão do trabalho de evangelização intenso que já realizavam entre os nativos, percebem a abertura dos brasileiros para receberem o evangelho. Logo em 1881 chegam, William Buck Bagby e Ana Luther Bagby; Zacarias Taylor e Katarin Taylor. Os primeiros missionários são recebidos em Santa Bárbara d'Oeste e logo filiam-se à Igreja Batista existente e começam a estudar a língua portuguesa, tendo Antonio Teixeira de Albuquerque como professor.

Pouco tardou para que os dois casais de missionários americanos, unindo-se a Antonio Teixeira de Albuquerque rumassem para o Estado da Bahia, onde em 1882, com cartas de transferência das igrejas em Santa Bárbara d'Oeste, organizaram a Primeira Igreja Batista em Salvador. Em um ano aquela igreja já contava 70 membros, vale lembrar que a cidade de Salvador também possuia uma comunidade de imigrantes americanos que fugiram da Guerra de Secessão. O Pastor Antonio Teixeira de Albuquerque, casado, rumou para Maceió, onde organiza a Primeira Igreja Batista e onde ganhara seus pais para Jesus. A vida de Teixeira de Albuquerque foi curta, vindo a falecer aos 46 anos de idade. O Brasil não resiste as pressões sociais e políticas, internas e externas, vendo capitular o Império, sendo proclamada a República, em 1889. Nela a liberdade religiosa estava consagrada na Constituição, ainda que, por enquanto, apenas no papel. A influência evangélica era forte em todas as grandes decisões da nação, incluindo a libertação dos escravos, em 1888.
De
Salvador, os missionários seguiram para outras capitais, plantando igrejas. De volta a São Paulo, com outros missionários recém-chegados foram organizando outras novas igrejas a partir de 1899 em São Paulo, Jundiaí, Santos, Campinas, São José dos Campos. Já em 1904 eram 7 Igrejas Batistas no Estado de São Paulo. Essas, reunindo-se em Jundiaí, organizaram em 1904 a Convenção Batista do Estado de São Paulo, então chamada de União Baptista Paulistana. Em 1914, eclode a Primeira Guerra Mundial, que faria ferver até 1918 toda a Europa. A Europa, destruída, vê muitos de seus habitantes saírem em busca de novas terras. O Brasil, e, principalmente o Estado de São Paulo, com um grande avanço na agricultura, (café, cana de açúcar e cereais) torna-se alvo de muitos desses europeus. Fugindo da guerra, aportam por aqui muitos protestantes, contribuindo para o crescimento de seguidores de Jesus no Brasil. Somaram-se a eles as dezenas de casais de missionários americanos que continuavam chegando, visando levar os brasileiros aos pés de Jesus Cristo.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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